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domingo, 7 de julho de 2013

As manhãs de julho




As manhãs de julho
Eram mais belas
Era quando eu me encontrava
As manhãs eram mais frias, eram singelas
Nessa época eu sempre viajava

As manhãs de julho
Sempre foram as minhas preferidas
Lembro-me da época em que eu era criança
Meu peito cheio de esperança
Aguardava o fim das provas de junho
Era a porta de entrada das férias

Nas manhãs de julho
Era a casa dos meus avós o meu aconchego
Era pra lá aonde a gente sempre ia
Lá sempre acordávamos cedo
Era sempre assim todo dia
Sempre tomava o café forte de minha avó
Tinha queijo, tapioca, pão de milho
A gente nunca ficava só

Nas manhãs de julho
A gente acordava com o canto do galo a cantar
E das batidas dos baldes do meu avô
Indo ao açude para água pegar
Lá não tinha água encanada
No sertão tão pobre a alegria era o açude
O grande parque da criançada
De tamanha magnitude
Era aonde eu e meus irmãos íamos sempre brincar
Lá não tinha televisão
Então o açude era a nossa única diversão
Lá nossa família era sempre feliz
Lembro do sorriso dos meus avós
Do jeito sisudo do meu avô
E da alegria de minha avó
Que sempre chorava na nossa partida

Nas manhãs de julho
O que sempre me deixava triste
Era quando a gente tinha que ir embora
Tinha que ir pra casa, tinha escola
Mas sabia que brevemente 
Nas próximas manhãs de julho
Estaríamos lá novamente

As manhãs de julho
Já não são mais as mesmas
Não tenho mais meus avós
Só as lembranças
Do tempo que eu era criança
De um tempo que não volta mais.

por Marcos Teixeira
(chorando)
07-07-2013 - 18:00hs

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