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domingo, 7 de julho de 2013

Soneto





Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,

Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!


Era a virgem do mar! na escuma fria

Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d' alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!


Era mais bela! o seio palpitando...

Negros olhos as palpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...


Não te rias de mim, meu anjo lindo!

Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!


(Álvares de Azevedo)

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